13 de jan. de 2011

(RJ) Polícia Federal prende 42 por roubo de cargas

Três irmãos gonçalenses estão entre os 42 presos na Operação Roubo S/A, deflagrada ontem por agentes da Polícia Federal com o apoio da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e representantes do Ministério Público. Dezessete policiais, acusados de darem proteção as ações criminosas, tiveram as prisões decretadas pela Justiça, sendo que 16 (10 PMs e seis civis) acabaram presos. Um ex-PM também foi detido. Outras 13 pessoas, incluindo um policial civil, continuam foragidas.
A quadrilha passou a ser investigada depois do roubo de R$ 140 mil da agência da Caixa Econômica Federal (CEF) de Nova Friburgo, na Região Serrana, em dezembro de 2007. Além de roubar caixas eletrônicos com o uso de maçaricos, três quadrilhas - que seriam interligadas e contavam com a proteção dos mesmos policiais - também agiam no roubo de cargas. As investigações apontam que a quadrilha agia há pelo menos 10 anos na região. Em média, duas carretas de carne e laticínios eram assaltadas por semana, cada uma avaliada em até R$ 1 milhão. A mercadoria era revendida para comerciantes de Nova Friburgo e cidades da Região dos Lagos e o lucro investido na compra de caminhões e legalização de empresas transportadoras.
Além dos irmãos gonçalenses Edson, Cristiano e Antônio Carlos de Melo Alves, também foram presos Luiz Augusto Morais da Silva e Charles dos Santos Paim Ribeiro, ambos em Nova Friburgo. Os cinco possuem anotações criminais por roubos de carga. Duas delegacias (Polinter e 151ª DP (Friburgo) e dois quartéis da PM (Batalhão de Polícia Rodoviária e de Friburgo) foram alvos das buscas dos policiais. Um dos policiais civis presos, Guilherme Azevedo, é irmão do delegado titular da 151ª DP, onde outros dois agentes - que também ocupavam cargos de confiança - acabaram presos. Assim como o irmão, Guilherme Azevedo reside em Icaraí, Zona Sul de Niterói. Na casa de um policial civil, no Méier, Zona Norte do Rio, foram encontrados 17 carregadores, 12 armas, munição, 11 celulares e 17 documentos de terceiros.
Organização – Três quadrilhas atuavam integradas e coordenavam suas ações, entre roubos de cargas, bancos e extorsões a comerciantes. As denúncias contra os envolvidos foram oferecidas pelo MP e acatadas pelos juízes da Vara Criminal de Nova Friburgo e da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio. Ao todo, 58 mandados de prisão foram expedidos pela Justiça, mas apenas 55 pessoas foram denunciadas, já que três delas tiveram duas ordens judiciais aceitas.

Bandos interligados nas ações criminosas

Batizada de Operação Roubo S/A Saque Noturno, a operação foi realizada simultaneamente em vários municípios do Estado, incluindo São Gonçalo e Niterói. Outros 16 suspeitos engrossam a lista de indiciados, sendo dois policiais militares e um civil, mas eles ainda não tiveram as prisões decretadas.
A investigação aponta Wilson da Rocha Marques, o Wilsinho, que está foragido, como pilar de sustentação das práticas criminosas e responsável por estender os ‘negócios’ para os estados do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Para o coordenador de Segurança e Inteligência do Ministério Público Estadual (MPE), promotor Paulo Wunder, “a participação dos policiais nas quadrilhas visava garantir o sucesso da empreitada criminosa, seja através da execução direta dos crimes, ou na segurança e impunidade dos envolvidos”.
Os presos foram encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal do Rio, na Praça Mauá. Eles acabaram indiciados por lavagem de dinheiro, extorsão, estelionato, formação de quadrilha, receptação, ameaça, roubo, entre outros crimes. A polícia investiga ainda a suposta ligação dos denunciados com homicídios ocorridos na região.

Fonte: http://osaogoncalo.com.br

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