Se geograficamente estão separados por centenas de quilômetros, o Vale do Paraíba e a cidade do Rio de Janeiro estão intimamente ligados quando o assunto é o crime. Ambos caminham lado a lado.
A região, 'corredor' por onde são escoados 90% da droga e armamento que abastecem os morros cariocas, tem papel estratégico na engrenagem do crime organizado do Rio.
Diante da onda de ataques, a cúpula da Polícia Civil do Vale determinou a intensificação do policiamento na divisa entre os dois Estados e mantém o setor de inteligência em alerta, captando e compartilhando dados sobre compra de armas, drogas e planos de ataque orquestrados por facções cariocas.
Por estar localizada entre o Rio e São Paulo, os dois principais mercados consumidores de droga do país, o Vale é tido como 'corredor' do tráfico. Para escoar armas e drogas, o crime usa da Via Dutra, uma das principais rodovias brasileiras.
FACÇÕES/
O tráfico de drogas na região é controlado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), facção tida como co-irmã do Comando Vermelho.
“Passa pela rodovia a riqueza legal e a ilegal, por isso intensificamos as blitze, com apoio das polícias rodoviárias e militar”, declarou ontem o delegado Edilzo Correia Lima, número dois na hierarquia da Polícia Civil na região.
Segundo ele, este mês foram interceptadas duas informações sobre a compra de armas e ataques que envolveriam traficantes da Rocinha, a maior favela do Rio.
INTELIGÊNCIA /
Os dados foram repassados para o Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil), em São Paulo. "De lá, vão para o Rio. Tem denúncias, casos de roubo de carga, tráfico de armas, drogas e ataques inclusive", disse Lima.
Para ele, apesar de remota, há possibilidade de quadrilhas do Rio tentarem migrar para a região, devido ao reforço no combate ao tráfico carioca.
PM do Rio e região discutam ações de combate ao crime
As polícias militares de São Paulo e Rio de Janeiro iniciaram há um ano a montagem de uma força-tarefa de combate ao tráfico de drogas na divisa entre os dois Estados, maiores consumidores de entorpecentes do Brasil.
O plano das PMs incluia troca de informações sobre criminosos, realização de planejamento e operações conjuntos, com bloqueios e policiamento preventivo.
Na ocasião, em julho do ano passado, um oficial da PM fluminense foi a Cruzeiro e participou de uma reunião entre policiais da região e do sul de Minas Gerais.
O encontro teve como meta principal avaliar resultados e traçar novos planos para as operações integradas. O CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior) apostava à época que a operação conjunta agilizaria a ação policial. Quando um carro com entorpecente saísse de São Paulo, por exemplo, imediatamente a corporação faria contato com a polícia do Rio de Janeiro.
FONTE: DIARIO DE SÃO PAULO
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